quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A REPÚBLICA EM LAGUNA SC

A República em Laguna conta a história da revolução Juliana no Brasil e ganha vida com o espetáculo encenado na região, onde tudo aconteceu.
A arena está sendo montada no pátio do porto de Laguna, nos Molhes da Barra.
Adriana Birolli, irá interpretar Anita e Henri Castelli, o revolucionário Garibaldi.
“ Sei que escolhi a profissão correta, quando me deparei com uma mulher como Anita. Ela foi uma das primeiras feministas do Brasil”, salientou Adriana Birolli. A atriz irá usar apliques no cabelo e lente de contato escura para dar vida a heroína.
Fiel à história, o diretor Jairo Barcelos, inspirado no livro de Wolfgang Ludwig Rau, ficou três dias encenando e filmando com os dois atores, as fases da história do casal, que deverão ser apresentadas durante o espetáculo.
“Garra e bravura, necessárias para interpretar os protagonistas, foram demonstradas pelo jovem casal” explicou.
Sobre isso, a atriz Adriana Birolli brincou com o público presente confessando que estava exausta. “A heroína lutou muito. Andou a cavalo, correu, remou e segurou em armas”.
Os efeitos especiais foram elaborados pela equipe do profissional Sérgio Farjala, que já trabalhou nos filmes Os Mercenários e Tropa de Elite 2.
Henri Castelli lembrou a importância deste tipo de espetáculo, pois narra uma parte da história do Brasil e torna uma aula ao ar livre.
“Nas novelas dificilmente temos este tipo de experiência”, contou.
Os livros, a história da cidade e as conversas com o diretor foram as inspirações para o casal de atores.
O momento da fuga de Anita, depois de doze dias após ter dado à luz a um filho, marcou muito a atriz. “ Foi uma das cenas mais emocionantes que interpretei. Ela fugiu no lombo de um cavalo, com o filho recém-nascido numa das mãos”, disse Birolli em relação ao momento em que a heroína foge dos soldados, obedecendo ordens do império para prender o casal revolucionário.

Pela primeira vez, o espetáculo A República em Laguna, será encenado nas proximidades do local onde as lutas e batalhas navais entre farroupilhas e republicanos aconteceram.
O frio não será mais empecilho para o público comparecer nos dias do espetáculo. A arena dessa vez será nas margens do canal da Barra, onde os navios conseguiam avançar pela lagoa Santo Antônio dos Anjos.

O casal realizou gravações durante três dias na cidade, em outubro, e retornam em novembro.

Na bagagem muita história e o roteiro do espetáculo, que chega a reunir numa só noite mais de três mil pessoas.

A história

A Guerra dos Farrapos aconteceu após Porto Alegre ser dominada, em 1835, por Bento Gonçalves. No ano imediatamente posterior, os insurgentes declararam pública e solenemente constituída a República Rio-Grandense, cuja capital instalou-se na vila de Piratini.
Não demorou muito para que esta revolta se estendesse pelo sul do país, chegando até Santa Catarina, local em que foi aclamada a República Juliana, a qual contou com a ajuda de Davi Canabarro, por terra, e Giuseppe Garibaldi – líder revolucionário naturalizado italiano –, por mar, transformando sua participação no movimento em um feito heróico para a história catarinense.

Várias medidas foram tomadas, entre elas a convocação de eleições, da qual saiu vitorioso o coronel Joaquim Xavier Neves.
Tal vitória não foi aceita pelos agitadores gaúchos, que acabaram por nomear para seu lugar o Padre Vicente Ferreira dos Santos Cordeiro, então derrotado nas eleições.
Eles escolheram Laguna como Capital interina da República Juliana, estabeleceram as cores verde, amarela e branca como oficiais, e extinguiram os impostos que eram cobrados pelo comércio do gado e da indústria campestre.

O governo imperial revidou escolhendo o marechal Francisco José de Sousa Andréas como presidente de Santa Catarina, homem de família ilustre e promissora carreira militar. Governou de 1839 a 1840.
A República Juliana foi considerada um braço da Revolução Farroupilha e ficou conhecida historicamente como um estado que pertenceu à Santa Catarina, oficializou-se a 24 de julho de 1839 – advindo daí o nome “Juliana” – e findou-se em 15 de novembro de 1839, durante um ataque violento a Laguna, durante o qual os seus inimigos fizeram uso não só da marinha como também da cavalaria e da infantaria para derrotá-los.

O resultado foi o total aniquilamento da esquadra farroupilha, a reconquista de Laguna e a matança de todos os chefes da marinha rio-grandense, com exceção de Garibaldi e Davi Canabarro, que conseguiram fugir.
Garibaldi veio para o Brasil com o único objetivo de contribuir na luta dos farrapos, conheceu Anita Garibaldi, com quem se casou, e ganhou uma ferrenha companheira de luta contra o império, sendo ambos venerados como heróis catarinenses até os dias de hoje

Nenhum comentário:

Postar um comentário